segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Co(la)res de Frida

Frida Kahlo,
mulher-artista-deus'asteca, 
nasceu Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón
e fez do seu desamparo a prima-matéria de sua arte!

...deixo vocês com um trecho da introdução do Diário de Frida
  realizada pelo grande escritor mexicano Carlos Fuentes:


"Vi Frida Kahlo apenas uma vez. E antes, eu a ouvi. Eu estava num concerto no Palácio das Belas-Artes, no centro da Cidade do México, que tinha as paredes decoradas com os inflamados, 
por vezes estridentes, murais de Orozco, Rivera e Siqueiros.
  Quero dizer que quando Kahlo entrou em seu camarote no segundo nível do teatro, toda aquela magnificiência e todas aquelas coisas que nos distraíam como que desapareceram. O tilintar do movimento.   O magnetismo do seu silêncio. Foi a entrada de uma deusa asteca , Coatlicue, a deusa mãe vestida com sua saia de serpentes, exibindo as mãos sangrentas do mesmo modo que as outras mulheres exibem o broche, ou o anel... Ou talvez fosse Tlazolteotl, a divindade da pureza e da impureza no panteão indígena, o abutre feminino que devora as sujeiras para manter o universo limpo., Ou quem sabe, víamos a Mãe Terra Espanhola, a Dama de Elche, enraizada no solo pelo peso do seu elmo de pedra, seus brincos tão grandes quanto rodas de carros, os peitorais devorando-lhe os seios, os anéis transformando suas mãos em tenazes.
 Uma árvore de Natal?
 Uma quermesse?
 Frida Kahlo parecia mais uma Cleópatra partida, escondendo seu corpo torturado, sua perna atrofiada, seu pé quebrado, seus espartilhos ortopédicos, sob os espetaculares atavios da camponesa do México, que, há vários séculos mantém suas antigas jóias zelosamente guardadas. Os laços, as fitas, as saias, as anáguas sussurrantes, as tranças, os toucados lunares abrindo-se sobre sua face como asas de uma borboleta escura: 
Frida Kahlo, 
mostrando-nos tudo aquilo que o sofrimento não fora capaz de emurchecer, 
nenhuma rigidez doentia, 
sua infinita variedade".
                                   
In: KAHLO, Frida -1910-1954. O diário de Frida Kahlo: um auto-retrato íntimo.  
Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1995.

 "Pés para que os quero
se tenho asas para voar"...

...esta é uma das páginas do Diário de Frida...
...neste endereço vocês podem ver outras páginas:

 http://www.members.tripod.com/~Uminha/diafri3.html

...

...feito de rendas, feltro, contas, botões e muitas cores,
esta série de colares foi batizada de Co(la)res de Frida:

...diferentes, ousados e exclusivos,
qualquer um dos colares custa apenas  R$ 32,00...



Um comentário:

  1. Excelente pegada! Lindos os Co(la)res de Frida! Adoroooo essa incrível mulher e gosto muito dessa frase dela: • " Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor"...Frida kahlo.
    Parabéns a toda Tribu!
    Bj
    Nancy

    ResponderExcluir